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domingo, 18 de maio de 2014

Rumo ao Homo silicium


RoboCop, filme dirigido por José Padilha, se passa no ano de 2028 e narra a vida de Alex Murphy pai, marido e policial. Este sofre um atentado, no qual perde vários membros do corpo e fica entre a vida e a morte. A empresa OmniCorpo tem como foco a tecnologia e visa combater a violência através da mesma.
 Porém, os EUA impede esse auxilio e proíbe este tipo de prática. Raymond Sellars diretor executivo da OmniCorpo, não se conforma com o decreto dos EUA e tem a ideia de criar um robô com consciência humana, para assim poder ganhar a simpatia da população americana. Então, como Alex Murphy está a beira da morte, os idealizadores do projeto tem a ideia de transformar o homem no RoboCop, para que ele possa dar continuidade a sua vida, protegendo os cidadãos de Nova York através da tecnologia. A partir dai Alex Murphy não utiliza-se da tecnologia como roupa, mas sim como corpo, assim tornando-se o mais forte, ágil e poderoso policial do país, único que consegue manter a população segura.

O filme RoboCop como tantos outros da indústria cinematográfica mostram os ciborgues como ideais de perfeição de um futuro próximo. 
No texto "Adeus ao corpo" de David Le Breton, o autor retrata o corpo como acessório. Onde o homem o tem praticamente como um fardo inevitável, sujeito ao envelhecimento, morte, doença. Não somente sujeito a doença, mas o tem como a própria doença, chegando a repulsa. Com isto, o indivíduo passa a buscar a "melhoria" deste corpo, já que entendesse como senhor do mesmo. Assim manipulando-o com plásticas, perfurações, exercícios, drogas, performances. Em prol do gozo insaciável que geralmente encontra-se no olhar dos outros. E todas essas manipulações primeiramente atingem o imaginário, para então agir no corpo. Porém como estas atividades não são tratamentos e tão pouco atuam positivamente no psicoemocional do homem, surtem efeito de curto prazo, desta forma fazendo com que sejam solicitadas gradativamente.
Esta rejeição ao corpo pode ser observada através do discurso de inúmeros cientistas, que o compreendem como simples matéria que reveste o homem, disponível para análise, modificação e aprimoramento. Já idealiza-se "libertar" a mulher do fardo da gestação, através da incubadora artificial, onde será possível selecionar os genes, a fim de eliminar os que "não servem" para então ser gerado o feto.
Além de que já estudam-se próteses que possam substituir alguns membros do corpo, como a perna que se substituída por uma prótese proporciona ao sujeito mais agilidade, menos gasto de energia e força. Algumas pessoas já consideram a ideia de substituição.
Logo, observa-se que todas as atividades realizadas pelo homem não o saciam, assim, ele agora passa a acreditar na promessa tecnológica que visa libertá-lo de uma vez do seu fardo, que transparece suas imperfeições tão inaceitáveis perante a sociedade. E como este busca encaixar-se nesse meio, não percebe outro modo que não seja o de livrar-se da sua vitrine, que antes ele podia organizar, manipular, entretanto, este já não mais resolve.
O homem já não mais sente, e por isso encontra-se em estado de desespero. Acreditando em sua última chance de aceitação social. Contudo, essa busca pelo perfeito só cessará quando o indivíduo buscar-se em si e não primeiramente nos outros, permitindo-se sentir, conhecendo seu natural,  possuindo a maturidade de aceitação de si, desta forma, passando a plenitude quase extinta.


Este documentário retrata a evolução de próteses, estudos sobre as mesmas e a possibilidade futura de que hajam homens biônicos, fazendo alusão ao filme RoboCop.





Sites : Portal Click.
Fotos retiradas: http://www.macacomalandro.com.br/2014/02/critica-robocop.html
http://www.academiaacademia.com.br/fique_por_dentro/artigo/5488/total-flex/
Vídeo: Canal do youtube - nerdologia
Texto: Caroline Veras

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