Falar da loucura é fácil. Ouvir sobre é mais fácil ainda.
Estar de frente com a loucura é... Digamos é um tanto curioso. Penetrar naquele
mundo, um mundo paralelo à realidade é provocante. Como ouvir com o olhar?
Sentir o outro como nós, mas sem pena. Se enxergar naqueles olhares vazios,
distantes, angustiado, sofredores e algumas vezes empolgantes.
O sofrimento mental é uma rota de fuga para angústias
vividas, sentidas no âmago do ser. Que numa experiência de observante nos leva
a traduzir o quão de misterioso há no viver, de quanta subjetividade é
escondida, de quanto o ser humano é rico em emoções, sentimentos, dores
fechadas, trancadas dentro de si.
O diferente no nosso mundo é se tornado invisível aos olhos
da normalidade. Porque o diferente causa sensações torturantes. Ser igual é ser
normal, quando sou igual não tenho opção de escolha, faço o que o outro faz,
penso o que o outro pensa, visto o que o outro veste... A subjetividade, a
essência adormece, tornando o sujeito desconhecido de si mesmo.
A loucura o faz ressurgir. As dores, alegrias sentimentos
escondidos. Sofrimentos que transbordaram em suas caixinhas de sanidade. O que
dizer daquele que simplesmente tenta ser o que lhe foi negado toda sua vida,
muitas vezes desde seu nascimento. Como trata-lo, como trazer pro meio da
normalidade, como fazer ser visto sem indiferença.
Esse seja o maior objetivo e desafio do psicólogo no
contexto do sofrimento mental. Inserir esse sujeito em um lugar de
regularidade, mudar pensamentos preconceituosos ou muitas vezes apenas fazer
conhecer o desconhecido, enxergar o invisível.
Trabalho árduo, cativante, porque não se trata de um objeto
qualquer, mas de dar novamente uma vida a um ser, cooperar na devolução da
dignidade um dia roubada pelo simples fato de ser diferente.
Texto: Valdirene Cordeiro e Maria Nadjara
Foto retirada na apresentação da peça: ''Por olhares sobre a luta antimanicomial: Morrendo em vida aos braços da loucura.''
tivemos o prazer de conhecer, de interagir com usuários de saúde mental, a nossa visita os Hospital Psiquiátrico, nos fez ver a realidade desses sujeitos que são na maioria das vezes excluído da sociedade por serem diferente ,mas vimos o quão gratificante foi essa visita, pois os mesmo nos mostraram o que são capazes de fazer, seja através dos desenhos, de poemas e principalmente das conversas. O que eles querem, e ser feliz, e ter atenção, e ser livre para ser do jeito deles, e cabe a sociedade quebrar com seus tabus e terem um novo olhar para a saúde mental.
ResponderExcluirEmocionante e ao mesmo tempo um pouco de medo de se encontrar tão de frente com a realidade que nos espera. Mas, não um medo do outro, um medo de não conseguir ser capaz, de não conseguir amar tanto aquele outro como merece.
ExcluirDiante de tudo isso, da visita que fizemos a clínica psiquiátrica Dr.Maia, também ao teatro debate que vivenciamos, podemos reforçar mais ainda a ideia de que "o medo não passa de uma grande incompreensão", ou seja, são seres humanos como todos nós que precisam de atenção, carinho, compreensão e principalmente um espaço para a escuta. Sabemos o quanto é difícil lidar com a pessoa em sofrimento mental, mas o olhar humano colabora muito com sua melhora.
ResponderExcluirUma visita bastante construtiva,onde observamos o dia-a-dia de pessoas portadoras de saúde mental,uma situação difícil,mas que pode ser trabalhada no passar dos dias,todo cuidado recebido e atenção é de fundamental importância para o desenvolvimento do ser, pois todos precisa é de uma real atenção e compreensão.
ResponderExcluirpor : Rayssa Cristiane
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