Tenho
36, casada e mãe de 3 meninas... Quando criança perdi meu pai num afogamento,
aos 14 perdi minha mãe em um assassinato dentro da minha casa , estávamos todos
em casa numa noite de Natal e fomos
acordados com um assaltante roubando a moto do meu irmão quando ele chegava em
casa, ela foi assassinada com dois tiros no pescoço , socorreram-na mas não deu
tempo.... o tempo foi passando e eu me encarreguei de ir superando de acordo
com as minhas experiências e pela força que pedia a Deus... Mais uma vez uma
perda em minha vida , quando tinha 21 anos meu irmão sofreu um acidente de moto
e veio a falecer logo que chegou ao hospital , um provável suicídio pelo fato
de nossa mãe ter sido assassinada quando foram roubar a moto dele e por ele
está passando por um momento de separação no seu casamento , ele era um homem
muito calado! Diante de mais essa perda fui tentando superar, mas uma perda
relembra a anterior . Há 8 anos atrás , meu irmão que morava em SP sumiu de casa , nem documentos ele levou ,
depois de ter brigado com a esposa e agredi-la , muitas procuras foram feita
por parte dos parente que lá moram e até hoje não se sabe o que aconteceu com
ele , se morreu ou se está vivo, ele deixou uma filha com 2 anos. Mais uma
perda e uma dúvida em não ter a certeza se ele está vivo ou morto e assim mais uma perda a ser superada , 8
anos já se passaram e a dúvida ainda existe. Estou em terapia a 4 anos e essas
questões eu achava que estavam resolvidas , até que então me reparo com minha
filha de 10 anos passando por um momento difícil , passamos por um susto no
centro de SP com um trombadinha nos assaltando dentro do carro , um susto no trânsito
em Caruaru onde meu marido nos livrou de um acidente e outros acontecimentos mais , que prefiro
não mencionar .... Diante de tudo isso minha filha de 10 anos adquiriu um medo
de perder pai e mãe , ela tem pesadelos constantes onde ela perde os pais em
morte trágica , sendo preciso um acompanhamento psicológico , pois estava se
prejudicando na escola e nas amizades , ela chorava muito e o pai e a mãe não
podiam viajar que os pesadelos viravam imagens na sua cabeça até acordada
.Durante esse processo em meu acompanhamento psicológico eu chorava muito
diante do sofrimento dela e eu junto com a psicóloga analisamos e percebemos
que tudo que vivi em experiência de morte e morte trágica , e que eu achava que
estava superada em minha vida, apenas estava guardada em meu subconsciente e
que o sofrimento que ela estava passando por uma situação que não havia
acontecido , me fez relembrar o que eu realmente havia vivido e achava que
tinha superado.
Repasso
essa experiência de vida para todos vocês, para que percebam o quanto é
importante cuidarmos de nossa mente , mais cedo ou mais tarde ela nos mostra
que tem algo que precisamos deixar bem resolvido em nossas vidas para podermos ser bons profissionais.
Depoimento e Texto: Elizandra Medeiros
Depoimento e Texto: Elizandra Medeiros
primeiramente, parabéns Elizandra, pela coragem de se expor. Sabemos o quanto é difícil perder um ente querido, e perde uma grande parte de forma trágica, e pior ainda. Devemos sim, está cuidando não só do nosso corpo, mas principalmente da nossa mente,e quebrar alguns tabus, em relação a ir ao psicólogo, digo isso pois, eu já tive grande preconceito de ir ao psicologo, pois eu pensava que quem ir era ou loucos.Hoje eu vejo a importância de ir, de cuidar de mim, para que no futuro bem próximo eu posso ajudar as outras pessoas que também precisando de cuidados.
ResponderExcluirConcordo Luana, comecei a fazer terapia ha uns 3 anos atras e parei, nao conseguia me entregar as sessoes, achava que era coisa pra louco, foi ai que optei por psicologia e so agora percebo a importancia desse profissional que chega junto, que acolhe e que apesar da situacao quer sempre te ajudar a se encontrar.
ExcluirDeixar de pensar na morte nos arremete a não vivenciá-la da forma necessária. É algo imprescindível ao viver, ao existir, porque pensar na morte é ter a certeza que ela está junto do nosso existir. O que há de mistério nela, ficará talvez até o dia final chegar e até lá vivê-la de uma forma doce igual a vida seria o mais difícil e necessário objetivo do existir.
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