Em um belo dia de chuva, estarão reunidas todas as pessoas que realmente me amam, olhando meu corpo (onde fica a morada da alma), chorando e se lamentando pela a perda, acarretadas de dor, sofrimento e angustia. E eu estarei em um lugar bem longe, quem sabe até vendo e ouvindo o que cada um fala. Cada pingo de chuva, representará um lagrima minha, por ter ido sem dizer um eu te amo, me perdoa, me desculpe, eu te perdoou. Mas ao mesmo tempo querendo dizer que estarei bem, que apenas descansei e sair desse mundo de ilusão e de enganos, para um lugar onde vou ter paz, onde a estética, classe social, a cor da pele não importa. Não queria magoar ninguém, até por que eu não aguento ver ninguém triste e principalmente por minha causa. Depois todos irão para casa e meu corpo ficará lá no cemitério, dias após dias, sendo comido pelos os bichos. Sei que ao chegarem em casa, cada um pensará em momentos que tiveram comigo, momentos felizes, de muitas brincadeiras, conversas, momentos tristes. Sei que ficarão se perguntando o porquê Deus me levou, sem quererem acreditar e aceitar o que aconteceu, a parti dai estarão elaborando o luto normal de todo ser humano. Sei que dói, mas todos iram passar por isso um dia.
Eu só queria dizer EU TE AMO FAMÍLIA, EU TE
PERDOOU MEU IRMÃO, EU AMO VOCÊS AMIGOS! Desculpem, mas não deu tempo.
Cada pessoa reage de maneira diferente diante
da situação da morte de um ente querido. Apesar de a morte ser o que temos de
mais concreto em nossas vidas, Zimermam (2000, p.117) enfatiza que junto com a
perda da pessoa existe o final de uma fase da vida:
As perdas são parte da vida: quando morre a mãe, morre também parte da nossa infância e adolescência; quando morre um filho, morre em nós o futuro previsto junto àquele filho, o sonho de vê-lo um profissional, pai de nossos netos, a pessoa que nos acompanharia até o fim de nossa vida.
As perdas são necessárias porque para crescer temos de perder, não só pela morte, mas também por abandono, pela desistência. Em qualquer idade, perder é difícil e doloroso, mas só através das perdas os seres humanos tornam-se plenamente desenvolvidos. Cabe salientar que as perdas incluem não apenas separações e abandonos, mas também a perda consciente ou inconsciente, de sonhos românticos, ilusões de segurança, expectativas irreais e outras. As perdas que enfrentadas ao longo da vida e das quais não se foge são basicamente duas: - Que o amor de nossos pais não é só nosso. - Que nossos pais vão nos deixar, e que nós vamos deixá-los.
(Trecho
retirado de um artigo: A Morte e a
Elaboração do Luto na Visão de Alguns Autores)
Sei que é difícil lhe dar com a morte, sei que é incompreensível, pois as pessoas falam sobre a morte, mais não conseguem aceitar quando ela chega. “A morte mostra a possibilidade de não haver possibilidade” (Taciano Valério). A vida nos da à possibilidade de viver, de pular de gritar, de se apaixonar, de correr, de falar o que queremos e quando queremos, mas nós nos calamos, não aproveitamos, nos privamos de fazer o que queremos, evitamos os prazeres com medo dos desprazeres, com medo das opiniões alheias. Vamos nos lançar sem medo de errar, pois são com os erros que nós aprendemos a viver. Por isso diga o que tem que dizer hoje, faça o que tem que fazer hoje, pois o amanhã talvez não exista.
Texto e pesquisa: Luana Santos.
Imagem:http://www.focandoanoticia.com.br/empresa-vende-seguro-caixao-por-sms-a-r-150-por-mes-procon-alerta/
Interessante esse texto , me fez relembrar as aulas de Tanatologia, que infelizmente foram poucas , mas que foram de um conteúdo precioso... Realmente falar sobre a morte , é muito doloroso , nos relembra situações que a gente gostaria de esquecer, mas que infelizmente temos que conviver até que chegue nossa hora. Elizandra Medeiros
ResponderExcluirSomos seres existentes no mundo, onde temos uma única certeza que é a morte. Somos responsáveis pelas consequências de nossas escolhas. Nossa existência nos remete a refletir que todo ser humano terá uma finitude. Portanto, a medida que existimos, cada um com sua maneira de viver, se relacionar, agir e se comportar, nos angustiamos muitas vezes com medo da morte, em saber que a vida terá um fim. Como já dizia Heidegger "com a morte finda-se a existência e assim não há mais projetos a realizar".
ResponderExcluiradoreeeei o texto, não só pela qualidade, mas pela criatividade. A morte é realmente algo difícil d ser trabalhado e por mais que estudemos os nos deparemos com ela, elaborar o luto é sempre algo muito difícil de fazer. Mas assim como o texto nos trás, se deparar com a morte também é a possibilidade de uma nova vida. De tentar ser um ser humano melhor. Só pra constar, se essa autora do texto morrer, eu mato ela --' haha. parabéns Luuu
ResponderExcluirkkkk ta bem Juciany, vou esperar no dia que eu morrer,vc me matar. :D
ExcluirGraças as aulas de Taciano, tive uma boa ampliação das minha ideias sobre a morte. Tive uma grande perda na minha vida(acreditem,até hoje elaboro meu luto)mas sei que é um fato é que um dia também irei passar por isso, juro que não penso nem em minha morte, mas sim de como as pessoas irão aceita-la.....
ResponderExcluir"Sei que é difícil lhe dar com a morte, sei que é incompreensível, pois as pessoas falam sobre a morte, mais não conseguem aceitar quando ela chega."
ResponderExcluirEssa frase do texto me remeteu a muitas aulas de tanatologia, onde pudemos pensar (ou repensar) como a morte é negada, expulsa de nossas casas, de nossas vidas.
Acredito que, por mais que venhamos a discutir sobre, esta situação não se reverterá muito.
Porque, por incrível que pareça, o homem tende a negar sua humanidade.
Muito bom teu texto Lu! Gostei muito do sentimento que você expressou nele!
Obrigada Carol, concordo com você Carol, quando diz que: o homem tende a negar sua humanidade. Todos sabemos que a unica certeza que temos , é que um dia iremos morrer, mas as pessoas poupam esse fato, elas preferem omitir para se sentir melhor, ela omitem tanto que acabam entrando nesse mundo de" faz de conta", faz de conta que isso nunca vai acontecer comigo. Isso é pior.
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