"Por
que vivo? Quem sou, o que sou, quem me leva? Que serei para a morte?
Para
a vida o que sou? [..] Cerca-me o mistério, a ilusão e a descrença [...]
Ó
meu pavor de ser, nada há que te vença! A vida como a morte é o mesmo
mal!"
(PESSOA,
Fernando. 1919)
A
adolescência caracteriza-se como uma fase de transição da vida, entre a
infância e a vida adulta. E essa transição é um processo dado de forma
inconstante, ora lenta ora rápida, onde surgem inúmeros questionamentos,
sentimentos conflituosos, indecisões, receios, estes causando muitas vezes
angústia ao adolescente, principalmente se ele não possuir auxílio dos pais,
para que possa ser aconselhado e ajudado a passar por esta fase de maneira
saudável e benéfica.
Porém,
em alguns casos esse auxílio não acontece, geralmente pelo afastamento dos pais
diante da mudança vivida, já que estes passam a desconhecer o filho, sentem o
desligamento da autoridade, deparam-se com a chegada da velhice e proximidade
da morte. Logo, perante o sentimento de abandono entre outros fatores como o
conflito da sexualidade, drogas, bullying, fracasso escolar, dependência
financeira, isolamento social o adolescente pode passar a exercer
comportamentos agressivos, evidenciando um desequilíbrio emocional cujo passa
despercebido pela família. Assim o adolescente fechasse em torno de si, gerando
uma auto-agressão (agressão dirigida a si próprio) podendo recorrer ao
suicídio.
O
suicídio ( do latim "sui ", próprio e "caedere" matar) na
adolescência é uma forma de comunicação, um último grito de socorro, uma chance
de cessar a angústia solitária. Uma vez que, este já não mais vê sentido na
vida e não consegue perceber outra saída.
Infelizmente esta "solução" não é
rara entre os jovens, segundo a psiquiatra Alexandrina Meleiro do Hospital das
clínicas de medicina da USP essa é a terceira causa de morte entre jovens,
perdendo somente para acidentes e violência. Entre os jovens, a taxa de
suicídio aumentou 10 vezes mais desde 1980 a 2000, antes a proporção era 0,4
para 4 a cada 100 mil pessoas do país.
Diante
de números alarmantes, como pode-se notar e intervir em casos de propensão ao
suicídio?
Primeiramente
é necessário identificar os sinais de risco, que geralmente são: melancolia,
isolamento social, perda de interesse em atividades que antes proporcionavam
prazer, dificuldade de concentração, negligencia com a aparência, perturbações
no sono, mudanças drásticas de comportamento e mudanças de hábitos alimentares.
É
necessário o acompanhamento clínico, a demonstração de preocupação e interesse
para com o adolescente, ceder a chance para que ele se abra sem julgamentos
posteriores, para que este perceba que não esta sozinho e que há outros meios
que vivenciar a transgressão.
Para
maior enriquecimento sobre o tema, segue a entrevista realizada pelo canal Uol
Saúde com a psiquiatra Alexandrina Meleiro do Hospital das clínicas de medicina
da USP, que fala sobre o suicídio, dados, causas e intervenções:
http://mais.uol.com.br/view/1575mnadmj5c/saude-suicidio-e-3-causa-de-morte-entre-jovens-no-brasil-04024D983462D8C94326?types=A&
E segue também a animação francesa titulada " A Pequena Loja de Suicídios" que faz uma crítica bem-humorada, criativa e esperançosa aos tempos modernos:
Texto e pequisa: Caroline Veras
Sites utilizados:
http://filosofia.uol.com.br/filosofia/ideologia-sabedoria/31/artigo228115-1.asp , http://oficinadepsicologia.com/riscos-de-suicidio-nos-adolescentes , http://www.libertas.com.br/site/index.php?central=conteudo&id=2505 , http://www.apsicologa.com/2010/02/suicidio-na-adolescencia.html http://mais.uol.com.br/view/1575mnadmj5c/saude-suicidio-e-3-causa-de-morte-entre-jovens-no-brasil-04024D983462D8C94326?types=A&
http://wifflegif.com/tags/21284-suicidio-gifs
É muito difícil compreender o suicídio e quando uma pessoa vai cometê-lo, mas creio que quem está prestes a realizá-lo algum sinal ele demonstra.
ResponderExcluirÉ muito difícil compreender o suicídio e quando uma pessoa vai cometê-lo, mas creio que quem está prestes a realizá-lo algum sinal ele demonstra.
ExcluirElizandra Medeiros
Sentimentos em silêncio, revelados em expressões sombrias, atrelado a vontade de aniquilação da dor e do tormento. Aos olhos de quem o vê,carrega um diagnóstico popular, "ser em depressão", "esquecido", "pouco amado".O suicida demonstra em sua escolha, a esperança de VIDA, dormir e acordar em um lugar que o reconheçam, que o escutem... Comprimir tal ato, requer muita atenção e, reconhecer que não é uma interrogação, mas um objeto de Saúde Pública. O acolhimento desse conceito, é um ponta pé inicial para a busca de prevenções, deixando de lado, os julgamentos, e as soluções líquidas. Estamos falando de seres humanos, de subjetividade, uma vida que se esconde.
ResponderExcluirPerfeita colocação Larisa! Pouquíssimas são as pessoas que percebem o suicídio como busca de vida, tão pouco como caso de saúde pública!
ExcluirGeralmente tendendo a julgar o suicida e parentes.
Busca-se cuidado, ajuda, para uma vida que adoece.
Lembrei de um dos comentários de Taciano,em que ele falava que quando uma pessoa está pensando em se matar, ele(a) demostra vários sinal,(exclui redes social, escreves coisas diferente, se afasta das pessoas os quais as pessoas que estão em sua volta na maioria das vezes não entendem. Mesmo que muitas pessoas não acreditem, mas o suicida pede ajuda e tenta de todas as formas mostrar que ele(a) precisar se ouvido, mais infelizmente eles(a) não são, e chegam ao ato final.
ResponderExcluirExato Lu! Como bem tentei evidenciar no texto, o suicídio é um "ultimo grito de socorro" , que infelizmente não possui resposta.
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