Eu prefiro ser
Essa metamorfose
ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose
ambulante
Do que ter
aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter
aquela velha opinião formada sobre tudo
Eu quero dizer
Agora o oposto
do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose
ambulante
Do que ter
aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter
aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o
amor
Sobre o que eu
nem sei quem sou
Se hoje eu sou
estrela
Amanhã já se
apagou
Se hoje eu te
odeio
Amanhã lhe tenho
amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
É chato chegar
A um objetivo
num instante
Eu quero viver
Nessa
metamorfose ambulante
Do que ter
aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter
aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o
amor
Sobre o que eu
nem sei quem sou
Se hoje eu sou
estrela
Amanhã já se
apagou
Se hoje eu te
odeio
Amanhã lhe tenho
amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
Eu vou desdizer
Aquilo tudo que
eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose
ambulante
Do que ter
aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter
aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter
aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter
aquela velha velha velha velha velha
Opinião formada
sobre tudo
Do que ter
aquela velha opinião formada sobre tudo.
Autor: Raul Seixas.
Meu amigo, aqui tomando uma cerveja geladíssima nesta beira mar e ouvindo o eterno Raul ocorreu-me uma iluminação, pensei: Na arte encontramos o sentido da vida e algo que se aproxima da verdade.
Suspeito que
nossa personalidade é mutante. Não somos um livro raiz, não somos fixados em
verdades que se pretendem eternas.
Para acompanhar
a minha cerveja acabei abrindo um pacote de batatas fritas e então outra
iluminação: se não somos enraizados como árvores, poderíamos ser rasteiros e
imprevisíveis como uma rama da batata? Logo dei conta das lembranças das aulas
e sobre um autor, DELEUZE, que tem esse conceito trabalhado e faz das conexões
sem previsão a realidade do humano. A única certeza estar no devir, na
percepção que novas ligações entre as ramas serão realizadas e o processo de
entendimento da realidade se dará sempre a posteriori. Então olhando para o
pacote de batatinha percebi que o estruturalismo não era mais moda.
Voltei para
Raul.
Puxa, que gênio!
Ao compor
metamorfose ambulante o maluco beleza revela com maestria esse fenômeno, essa
mudança que todo o humano porta e não escapa jamais dos seus efeitos. O homem é
condenado a ser livre, como pontuou SARTRE e essa mudança constante
representaria essa liberdade humana? Talvez apenas para os autênticos.
Então mudei a
faixa e tocou sociedade alternativa!
Pensei de
imediato: Caramba, e como vai a loucura em nossos dias?
Será que podemos
fazer o que queremos pois será tudo da lei?
Foi inevitável e
mais uma vez a academia tomou minha mente e lembrei de Campina Grande – PB,
quando de uma visita marcante a uma clínica de saúde mental.
Será que temos
mesmo essa liberdade de sermos uma estrela e sempre única e com brilho e orbita
próprios que encontram um lugar no universo para existir de maneira harmônica?
Aqueles astros
que visitei estavam encarcerados e o brilho aparecia vestido apenas de
esperança, muito tênue e jogada para um futuro distante. Suas órbitas eram
cambaleantes e tristes, não resistiram aos medicamentos.
Confesso que
fiquei incomodado, meu amigo, pois nossa sociedade poda os diferentes e os
consideram incapazes. As instituições lhe são negadas e a cidadania não é
exercida pelos portadores de sofrimento mental. Há movimento organizado contra
manicômios, mas a sociedade muda lentamente e o sofrimento é ampliado quando
segregamos nossos irmãos. Impedimos a vida em sua plenitude, não se trabalha,
não se ama, não se integra, parecem que eles não existem.
E minha cerveja
vai acabando....
Viva! Viva!
Viva a sociedade
alternativa!
Sociedade
Alternativa
(viva! viva!)
Viva! Viva!
viva a sociedade
alternativa!
(viva o novo
eon)
Viva! Viva!
Viva a sociedade
alternativa!
Viva! Viva!
Viva a sociedade
alternativa!
Se eu quero e
você quer
Tomar banho de
chapéu
Ou esperar Papai
Noel
Ou discutir
Carlos Gardel
Então vá...
Faça o que tu
queres pois é tudo da lei
da lei...
Viva! Viva!
Viva a sociedade
alternativa!
Viva! Viva!
Viva a sociedade
alternativa!
Viva! Viva!
Viva a sociedade
alternativa!
Viva! Viva!
Viva a sociedade
alternativa! ham...
Mais se eu quero
e você quer
Tomar banho de
chapéu
Ou discutir
Carlos Gardel
Ou esperar Papai
Noel
Então vá...
Faça o que tu
queres pois é tudo da lei
da lei
Viva! Viva!
Viva a sociedade
alternativa!
Viva! Viva!
Viva a sociedade
alternativa!
Viva! Viva!
Viva a sociedade
alternativa!
Viva! Viva!
Viva a sociedade
alternativa!
Autores: Raul Seixas e Paulo Coelho.
Musicas: Raul Seixas e Paulo Coelho.
Texto: Paulo Emmanuel
Belíssimo texto, Parabéns Paulo!
ResponderExcluirPaulo como sempre, fechando né? parabéns Paulo.
ResponderExcluirÓtimo texto!
ResponderExcluirBelas palavras!
ResponderExcluirObrigado colegas! Paulo Emmanuel
ResponderExcluir